segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Texto que recebi por EMAIL... Excelente. Não é de minha autoria.



DESABAFO

Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora bem idosa que ela deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são adequados para o meio ambiente, pois isso é a onda verde de nosso tempo.

A senhora pediu desculpas e disse que não havia essa onda verde no tempo dela, mas que sempre usou as famosas "sacas" de papelão ou de plástico durável. Parou porque os mercados passaram a oferecer sacolinhas e as "sacas" sumiram. E não quis mais (como diz a minha neta?) pagar "mico".

O empregado respondeu: "Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com  nosso meio ambiente e agora temos de racionar tudo."

- Hum, acho que isso veio um pouquinho depois da minha geração, mas que bom, você me acha mais nova... de qualquer jeito,  acho que você está certo, nossa geração não se preocupou com o meio ambiente. Na minha época, as garrafas de leite, refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja, que as mandavam de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas umas tantas outras vezes."

"Realmente não nos preocupamos com o meio ambiente no nosso tempo. Subíamos escadas porque não havia tantas escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar um carro toda vez que precisássemos andar dois quarteirões.

Realmente, você está certo... nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não existiam fraldas descartáveis. A secagem das roupas era feita por nós mesmos, não por estas máquinas bamboleantes barulhentas. Os meninos pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos e não roupas sempre novas, de grife.

É verdade...não havia preocupação com o meio ambiente naqueles dias. A gente só tinha, quando muito, uma TV e um rádio em casa e não uma TV em cada quarto e uma montoeira de aparelhos. E a TV tinha uma tela do tamanho de uma janelinha, não do tamanho de um estádio. Aliás, como será descartado?

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não existiam tantas máquinas elétricas que hoje fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco frágil para o correio, usávamos jornal amassado como proteção, não esse plástico bolha que dura anos novinho.

Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina para cortar grama. Usávamos um cortador de grama que exigia força da gente mesmo. O exercício era muito bom e não precisávamos ir a uma academia para usar esteiras que também funcionam com eletricidade.

Não havia mesmo naquela época preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da bica quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que vocês dizem que estão lotando os mares. E as canetas? As recarregávamos com tinta umas tantas vezes antes de comprar outra. Usávamos navalhas ao invés de jogar fora os aparelhos só porque a lâmina ficou sem corte. Que coisa, que mania de economia.

Naqueles dias, as pessoas tomavam o bonde ou o ônibus e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar a mãe como serviço de táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E nós não precisávamos desse tal de GPS para receber informação de uma coisa lá em cima, longe, no espaço, para encontrar a pizzaria aqui do lado de casa.
Vocês, das últimas gerações, não abrem mais mão desses confortos, tá certo, mas gostam de falar que fomos nós, os mais velhos, que estragamos tudo. Sei não. Esses futurismos vieram depois do meu tempo. Na minha época, tudo era mais romântico. Não me culpe, meu filho, por essas coisas não. "Me deixa" viver o restinho de vida que eu tenho em paz, para que eu possa morrer seu carregar comigo esse peso".

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