sábado, 8 de dezembro de 2012

Viver e vender - aula na Fundação Oswaldo Cruz

O Mantelo não tem jeito.

Trabalhamos como treinadores de vendas há alguns anos e ele ainda se lembra de nossas viagens pelo Brasil.

Foi com ele que experimentei usar alguns recursos teatrais como usar máscaras de borracha e caveiras barulhentas,  recursos para descontrair em treinamentos tensos.

Criamos assim um personagem que, no mínimo, nos divertia e aos alunos: Professor Criatura, batismo feito pelo próprio Manta. Aliás, foi com ele que aprendi alguns hábitos refinados como fumar charuto. Não fumo mais, sei que faz mal, mas na época não fazia não.

Eis que o Manta, como o chamamos, é hoje, além de Gerente de Treinamento no Aché, emérito professor de Gestão de Vendas no curso de Pós-Graduação em Marketing Farmacêutico da Fundação Oswaldo Cruz.

Almoçamos juntos outro dia e ele cometeu o desatino de me convidar para uma palestra, hoje, sábado, 8 de dezembro de 2012, para seus alunos da pós.

Saí ao meio dia da minha pós na UNIP Anchieta, onde sou aluno no MBA de Gestão de RH para ir até à Barra Funda, onde fica o campus da Oswaldo Cruz. Pensei que iria, num sábado calorento, encontrar talvez, quem sabe, uns dez heróis assistindo aula. Achei, enganosamente, que os jovens de hoje, diante de um sabadão preguiçoso e lento, ficariam em casa se abanando, como eu faria se tivesse a idade deles.

Ledo engano. Encontrei uma turma grande de farmacêuticos, administradores, representantes, todos animados e se divertindo com o Manta. E isso logo após o almoço. O que é a juventude. Vi ali moças bonitas, uma até acompanhada da filhinha de uns 8 anos e alguns rapazes gente boa (não tenho o hábito de achar homem bonito, desculpem-me a parcialidade). Todos esperando aprender alguma coisa.

Claro, habituado a falar em público na empresa e fora dela, juntei toda minha história já longa na área de comunicação e vendas e parti para uma auto-apresentação que só não me fez rir porque conheço de sobra minha própria história desengonçada. Que bom, eles gostaram!

Minha preocupação seguinte fez as borboletas de meu estômago darem sinal de vida: será que consigo agregar valor a pessoas tão dispostas, tão jovens, porém já experientes?

Desandei a falar de coisas como sensibilização, uso da percepção para identificar estilos de comportamento de potenciais clientes, o que são esses estilos, o que fazem alguns compradores profissionais para desestabilizar vendedores e permanecerem no comando da situação, enfim, entrei pela seara de técnica de abordagem e fui assim a tarde inteira, olhos de todos pregados em mim e nenhum celular sequer vibrando.

Achei o comportamento deles muito especial, diferente do que vejo em outros locais onde deveria sempre haver respeito, humildade e atenção. E como anotavam. Tudo isso entremeado com sorrisos, vontade de aprender e ser melhor todo dia. Interagiram, participaram, mostraram vivacidade.

É, Mantelo.

Você não perde seu tempo e nem o de ninguém. Desculpem-me ser tão oferecido, mas se me convidarem de novo, para falar para pessoas assim, eu volto.


2 comentários:

  1. Jairo,

    Ficou ótimo o texto.
    Obrigado pela valiosa presença.

    Na próxima turma você já tem vaga garantida como palestrande sobre assuntos de vendas e motivação.

    Grande abraço,

    Prof. Marcos Mantelo

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